Bolinho de bacalhau, isca de fígado acebolado, frango a passarinho… Quem nunca, pelo menos uma vez na vida, se deliciou com aquela comidinha simples de raiz, aquele petisco num fim de tarde depois do trabalho, sempre acompanhado de uma boa cervejinha?
Pois é, e só há um lugar para se desfrutar desse prazer: O Boteco. Isso mesmo, aquele lugar simples e informal onde se vende gêneros a retalhos, mantimentos e miudezas em geral, e claro, aquela bebidinha quente ou gelada.
Aquele local que muita das vezes serve de ponto de encontro de boêmios das mais variadas estirpes.
Talvez exatamente pela simplicidade desse tipo de comida e do próprio local onde são servidas, ou seja, ambientes informais e de descontração, a comida de boteco vai além do sabor, estabelecendo mesmo uma espécie de relação afetiva com quem aprecia este tipo de culinária.
Certo é que uma comidinha de boteco não desfruta do glamour de um prato da alta gastronomia mas não deixa de ter o seu valor e uma legião de apreciadores espalhados por botecos Brasil afora.
Contudo, certo é também que hoje em dia esse tipo de culinária vem adquirindo um perfil mais gourmetizado, ou como poderia dizer alguns, mais modernizado.
Prova disso são os muitos chefs de cozinha que se renderam ao encanto da comida de boteco raiz, como por exemplo o gastrônomo Eduardo Maya, criador do maior festival de Comida di Buteco do Brasil.
Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, o festival logo se expandiu para outras capitais, como Salvador, Goiânia e Rio de Janeiro.
Um bom exemplo aqui no estado é sem dúvida alguma o Aconchego Carioca, da chef Katia Barbosa, que elevou o conceito de comida de boteco e logo ganhou fama, inclusive internacional, tamanha a qualidade dos seus petiscos, isso sem falar no seu “aconchegante” ambiente interno. Katia teve seu talento reconhecido pelo badaladíssimo chef Claude Troisgros, que a apresentou ao universo da alta gastronomia. A abertura das filiais Leblon e Barra da tijuca do Aconchego Carioca é a melhor prova do quanto esse tipo de culinária vem crescendo, seja em tamanho ou em importância no meio gastronômico.
Aqui em Friburgo temos um bom número de botecos com os mais variados tipos de petiscos, dos quais podemos destacar o Bar do Cesar (ou Cesar’s Bar). Um bar já bem tradicional na cidade, que mantém em seu cardápio a legítima comida de boteco raiz, como seu famoso torresmo.
A novidade agora é que quem aprecia uma boa comida de boteco pode fazê-lo em sua própria casa. O Buteco em Casa Delivery, comandado pela chef Mônica Bittencourt, uma especialista neste tipo de gastronomia, proporciona essa experiência. Comidas de boteco como músculo aperitivo com molho de carne ao vinho, linguiça flambada na cachaça com quadradinhos de aipim picante, além dos já famosos bolinhos de feijoada, costela e de batata baroa com mix de linguiça e couve ao alho formam um cardápio variado pronto para serem degustados em casa.
Tudo isso enfim serve para demonstrar que este tipo de culinária também ocupa um papel importante, pra dizer o mínimo, no mundo da gastronomia. Tanto é assim que já há entre os empreendedores desse ramo uma articulação para que Nova Friburgo tenha o seu próprio festival de comida de boteco. É aguardar. Vem novidade por aí.
Por Mônica Bittencourt
No Comments